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sábado, junho 19, 2010

Mudança de planos / Consulado - Parte 2

Bem, nem sei por onde começar... depois do fim de semana relax em Pipa, essa semana veio estressante ao máximo...

Alguns esclarecimentos antes... aqui eu falei da minha primeira ida ao consulado, mas eu esqueci de contar que depois eu mandei um e-mail para o CNAI / ACIDI (Centro Nacional de Apoio ao Imigrante / Alto Comissariado para Imigração e Diálogo Intercultural), que são apoiados pelo governo português para tratar de assuntos de imigração e atuam de acordo com o "todo-poderoso da imigração" SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).

E 2 pessoas responderam ao e-mail que eu contava a "história da minha vida" (#dramaqueen), que pretendia ir em julho passar férias, visitar meu irmão e participar de um congresso (PANAM 2010 - XVI Congresso Pan-Americano de Engenharia de Tráfego, Transportes e Logística), que eu tinha como comprovar o interesse nesse congresso pois já tenho pós graduação na área e que na mesma época estaria acontecendo a seleção de um mestrado que eu pretendia me candidatar (no ISCTE). Portanto queria saber SE eu fosse aceita (oras, posso muito bem levar um pé na bunda do ISCTE), SE eu poderia dar entrada já estando em Lisboa. As 2 pessoas que me responderam disseram que SIM, eu poderia dar entrada no visto de estudante já em Lisboa, baseado no paragráfo 3 do artigo 91 da lei 23/2007 - Lei de Imigração que diz:

3 - Excepcionalmente, pode ser concedida uma autorização de residência para efeitos de estudo em estabelecimento de ensino superior com dispensa do requisito previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, sempre que o nacional de Estado terceiro tenha entrado e permaneça legalmente em Portugal e preencha as condições estabelecidas no n.º 1.

Como os brasileiros não precisam de visto para irem como turista a Portugal, eu viajaria normalmente de férias, para participar do congresso e visitar o meu irmão. E assim que fosse possível (caso eu seja aprovada) eu deveria informar o SEF da minha decisão. Mas para isso eu deveria estar com os documentos autenticados no Consulado Português aqui no Brasil.

Então tah né, EU POSSO!

E sendo assim, agi tal como o pessoal do ACIDI me orientou. Não tinha (e nem tenho) porque duvidar do que eles disseram, são orgãos sólidos. Além de fazer todo sentido o que eles me disseram, já li sobre casos assim na net e tem o meu próprio irmão que deu entrada no visto dele quando já estava em Lisboa.

Sendo assim, comprei as passagens, paguei o congresso (não reembolsável), mil e um planos, blá blá blá whiskas sachet...

Na segunda-feira meu papys foi no Consulado Português em Recife autenticar os benditos documentos. Para minha surpresa a moça lá não quis autenticar. Como painho não soube me explicar direito... lá fui na eu terça-feira debaixo de chuva pra "hellcife", tentar resolver.

Quando cheguei lá na terça, a moça (a mesma que me atendeu da primeira vez) já ficou me olhando torto. Para adiantar os procedimentos, ela pergunta para todos que iam ser atendidos se tinham documentos para autenticar. Oras, eu tinha, mas ela disse que não, que o meu caso era outro e falava comigo depois.

(ok Larissa, ela te decorou)

Quando chegou a minha vez, ela perguntou o que eu queria e respondi que queria autenticar uns documentos, ela perguntou para quê e eu disse que seria para dar entrada no visto de estudante. Só que ela já foi me interrompendo, me chamando pelo nome e dizendo que tinha dito pro meu pai no dia anterior...

(ok, ela te chama pelo nome e sobrenome e sabe quem é o seu pai, se #f*deu dona Larissa)

... que ela NÃO iria autenticar os documentos porque eu NÃO podia dar entrada no visto já em Lisboa, que se fosse dar entrada no visto aqui eu teria de esperar sair a carta de aceite da universidade (claro que era a única documentação que estava faltando, ainda nem fiz a seleção!) e aguardar sair o visto para poder viajar.

Quando tentei argumentar novamente toda a história do congresso, das férias, que ainda ia fazer a seleção e parará, ela nem me deixou terminar, dizia que eu não podia. Quando mais uma vez tentei argumentar que, ao ler sobre isso no site do SEF, este me dava a entender que eu podia e por ter ficado na dúvida tinha entrado em contato com o CNAI/ACIDI e eles confirmaram (e mostrei os e-mails impressos) que eu poderia sim dar entrada lá e por isso agi dessa forma.
Enquanto eu explicava, ela ficava dizendo não e fazendo não com a cabeça, fez pouco caso dos e-mails e dos orgãos dizendo que eles não serviam de nada, que não tinham autoridade para falar sobre isso e que eles não tinham nada que se meter com os vistos.

Quando falei na lei, ela disse que não tinha nada haver e eu perguntando porque não, se a lei me dava essa possibilidade. Primeiro ela questionou esse ponto na lei (tipo, acho que era para me testar... oi?!) e quando eu expliquei a lei toda ela disse que eu só ficaria legal em Portugal se tivesse um visto, que ir como turista não caracterizava esse ponto e que mesmo que eu fosse como turista não ia ser tão fácil pois eu teria que comprovar uma quantia X de dinheiro (nem o cuidado de perguntar se eu já tinha ido a Portugal antes ela teve, para ver que eu sabia o que era preciso para entrar no país e que eu fui e voltei). Eu, avoada no momento porque já estava com os olhos marejados e pensando no prejuízo, perguntei quanto seria, ela disse que X por dia com um arzinho de quem diz: "você não tem dinheiro para fazer isso" e chega fez uma expressão de surpresa quando eu disse que quanto a dinheiro não tinha problema, que já tinha me planejado financeiramente.

Oras, não sou rica mas sou organizada e só Deus sabe quantas horas extras foram necessárias para conseguir juntar dindin.

Depois ela ainda disse que essa excepcionalidade não me incluia, que seria tipo se Nelson Mandela estivesse em Lisboa e se ele por acaso decidisse ficar para estudar, ele sim poderia fazer isso, eu não, já que eu não era ele e nem pessoa pública e notória para me utilizar dessa excepcionalidade.

Eu não tinha mais o que falar, estava de cabeça baixa guardando os documentos e com umas lágrimas teimosas descendo no rosto (sabe quando você não quer chorar, mas chora? pois...). E ela ainda falando que nem sempre a gente ouve as coisas que quer, que eu esperasse a carta de aceite para só então dar entrada, que essa era a forma correta. Eu respondi dizendo que não era a minha intenção fazer nada ilegal, apenas queria aproveitar as oportunidades.

E pronto, dei bom dia, saí e fui para casa morrendo de raiva e chorando o caminho todo (era tpm, só pode né Larissa).

(já podxi gritar?!)

Ôh a situação, eu não posso ir para Portugal e dar entrada no visto lá (caso seja aceita no mestrado) porque nao tenho os documentos autenticados aqui... e dando entrada aqui eu perco as passagens, o congresso e se duvidar, o inicio das aulas se o visto demorar para sair.

Mas essa saga ainda não terminou... quando cheguei em casa mandei e-mail para uma das pessoas do ACIDI que tinha me respondido antes, pois já tinha trocado alguns e-mails com uma delas e tinha uma maior liberdade para contar o que aconteceu. Contei tudinho! As coisas que a mulher lá me disse, que tinha ficado arrasada, que ia ter que arcar com o prejuízo das passagens e do congresso, mesmo sabendo que eu estava fazendo algo correto e tals.
A senhora do ACIDI me respondeu prontamente e igualmente indignada, até porque o trabalho dela foi desacreditado pela mulher do consulado daqui. Aí a briga foi comprada por um peixe grande, afinal, se eu não sou Nelson Mandela eu não sou ninguém.

Eis que esse anjo lá do ACIDI fez um escarcéu ( \o/ )! Entrou em contato os superiores dela, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, com o SEF e todos corroboraram da decisão (de que sim, EU POSSO dar entrada lá em Lisboa e ela não poderia ter agido daquela forma). E entrou em contato com o vice-cônsul de Recife para falar do ocorrido e agora eu vou voltar lá segunda feira, recomendada por esse povo todo (Ministério de Relações Internacionais, SEF, CNAI/ACIDI e a "anja" ainda fala em nome do Ministério da Educação) para finalmente autenticar os documentos. Quero mesmo ver a confusão que a mulher lá vai fazer.

E eu vou assim ôh, com sangue nos oio, hunf!


E se por acaso sair guerra entre Brasil e Portugal, saibam que a culpa foi minha... hahahaha... =P

Nem tanto né... mas tenho fé que vai dar tudo certo, é só relaxar, #sissigurar na mão de Deus e pronto, seja o que Ele quiser... =D



Xêro
..
*

1 Devaneios compartilhados:

Unknown disse...

Olá, Larissa! Vimos o seu post e só temos uma coisa a dizer: a maior arma que tens é a informação. E cada vez que você tenha de recorrer a um órgão público, tanto no Brasil como em Portugal, deve anotar o nome de quem te atendeu. Na verdade, não é tão simples assim dar entrada num visto já estando em Portugal. Mas isto não é impedimento para que tenhas os seus documentos reconhecidos pelo Cônsul em Recife (claramente houve abuso da parte do funcionário). Você paga (e bem) pelo reconhecimento (carimbo do consulado) e só cabe a você o interesse nesta autenticação.
Se vier para Portugal com a intenção de permanecer para a sua pós, venha com espírito aberto, mas munida de toda a documentação e informação possível.
Para qualquer coisa, pode contacta-nos.
Abraço e boa sorte!
Associação Mais Brasil - Porto

 
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